Faz sentido medir indivíduos num time Ágil?
A resposta para a pergunta feita no título do artigo – segundo a minha opinião – é não. Claro que não !
Antes de discutirmos o porque dessa afirmação, acho importante estudarmos as origens das atuais medições individuais aplicadas pelos níveis gerenciais nos times de desenvolvimento de software.
Há muitos e muitos anos atrás eu já trabalhei em fábrica – uma de verdade, era de móveis de escritório – e lá era responsável por um setor de produção, o de corte de madeira. Era a primeira etapa da linha de produção. Além de liderar este setor e operar a máquina mais cara da empresa, eu fazia parte da equipe de PCP (Planejamento e Controle de Produção) da companhia.
Porque estou citando isso? Porque lá eu vivi de perto a implantação de um processo de linha de produção e de medição x análise da cadeia produtiva. É claro, que nossa indústria de desenvolvimento de software, quando decidiu aplicar os conceitos de fábrica de software tinha que trazer também vários dos processos de medição, análise e avaliação de desempenho utilizados na indústria convencional.
Funcionava mais ou menos assim:
- As peças saiam em lote de uma máquina (por exemplo a minha) e iam para uma área de pulmão até que aquele lote fosse pego pela equipe da próxima máquina;
- O tempo que um lote ficava parado no pulmão, era medido;
- Assim que os operários da próxima máquina registravam a entrada do lote o tempo começava a contar e na liberação do lote tínhamos o tempo gasto nas peças;
- Sempre que aconteciam paradas ou problemas (como a regulagem mal-feita de um centro de usinagem, por ex.), eram registradas as ocorrências pelo supervisor de linha;
- Esse fluxo era executado para cada máquina da linha de montagem. Se não me falha a memória tínhamos cerca de 8 etapas na linha;”
Ora, este processo funcionava e ao final conseguíamos ter números importantes para melhorar nosso planejamento e controle da produção, como:
- Tempo médio para produção de um lote, para cada modelo de móvel que fabricávamos;
- Tempo médio para regulagem de cada máquina da linha, em cada turno de trabalho;
- Tempo médio de fabricação em cada etapa da linha;
- Ocorrências de manutenção, erros e outros pontos que paravam ou atrasavam a produção;
- Número de horas necessárias para fabricação de cada modelo, em cada etapa e em cada turno da fábrica;
- Finalmente, o valor gasto na produção de cada modelo, baseado é claro no número de horas e atividades gastas pelos operários;
Você percebe algumas semelhanças com indicadores de medição individuais que temos hoje em nosso mercado? Na indústria não eram medidos os times ou então a média do trabalho. Para se chegar aos números médios era necessário medir individualmente. Muitas vezes, não importava se o operário conseguia fazer uma peça de qualidade no tempo viável para entrega de um lote. Importava mais se ele estava dentro do tempo médio da produção. Já vi inclusive esses indicadores serem utilizados para demitir gente que não estava dentro da média !
Para a indústria convencional e suas linhas de produção, essa abordagem funciona de fato. Faz muito sentido esse tipo de medição e indicadores de produção. Infelizmente não é a mesma coisa para desenvolvimento de software. Os indicadores e a forma como eles são captados devem seguir outra abordagem.
Acabamos por implantar esse mesmo modelo de medições e análise e avaliações pessoais utilizado na indústria convencional e empurrando-o a força no desenvolvimento de software. O que utilizamos hoje nada mais é do que uma tentativa de medir a “produtividade” das pessoas num ambiente de desenvolvimento. Neste sentido, eu não acredito que medições individuais devam fazer parte de uma equipe ágil.
Tanto as medições individuais quanto os modelos de premiação / punição devem ser coletivos. Acho que este é um dos pontos positivos de se trabalhar num ambiente ágil.
Quais então são indicadores que fazem sentido numa equipe que trabalha sob cultura ágil? Vamos ver alguns:
- Quantidade média de horas/pontos que o time atinge numa iteração;
- Taxa de velocidade na implementação;
- Número geral de erros entregues;
- Metas alcançadas em cada iteração;
- Satisfação do cliente /product owner (isso pode ser feito com uma pesquisa, por ex.);
Notem que estamos medindo indicadores do mesmo jeito, só que de uma forma mais superficial. Em resumo, não interessa o que cada um esteja fazendo de forma separada e sim o que o time conseguiu fazer de fato.
Então, você pode me perguntar: ” Mas isso vai deixar as pessoas acomodadas, pois ninguém estará medindo ou gerenciando o seu trabalho? “. Temos que fugir ao máximo do micro-gerenciamento e da ilusão do comando-controle se quisermos alcançar o objetivo de um time auto-gerenciável. O Scrum mesmo nos oferece alguns mecanismos para “medir” individualmente o desempenho de cada membro do time:
- Reuniões diárias;
- Sprints Reviews;
- Sprints Retrospectives;
E quanto a avaliação de desempenho individual, muitas vezes utilizada pelas empresas para aplicação de promoções de cargos e salários, também há outros mecanismos que podem ser aplicados. Pessoalmente eu nunca concordei com o formato de avaliação de desempenho utilizado pelo mercado. Como podemos medir o desempenho isolado de uma pessoa se ela depende de outras para realizar o seu trabalho?
Esse sistema individual que temos hoje é responsável por promoções descabidas e por muitas vezes entregar o valor do trabalho de muitos para apenas uma pessoa. Então, se você ainda quer utilizar um modelo de avaliação, mas quer começar a pensar em como deixa-lo mais aderente a cultura ágil, faça o seguinte:
- Utilize os indicadores globais das equipes e projetos onde o profissional participou. Não é difícil traçar uma linha de atuação com essa abordagem;
- Para medir individualmente, nada melhor do que a velha “avaliação 360″. Neste modelo o profissional é avaliado por pessoas que trabalham com ele no dia-a-dia. Pessoalmente, acredito que essa seja uma das melhores formas de se avaliar alguém, principalmente os gestores.
O que falei foi apenas sobre indicadores de performance para profissionais / times. Ainda existem muitas outras formas de se avaliar e medir os projetos. São abordagens diferentes, medidas de forma diferente e que apresentam números diferentes, ok?
Métricas e indicadores são muito importantes, principalmente para empresas de serviços de software ou “fábricas de software”. Os clientes exigem esses números e a alta cúpula de executivos precisam disso para basear suas decisões. Agora, não dá para falar de cultura ágil e continuar medindo as pessoas da mesma forma que fazemos na indústria convencional.
Existem muitas empresas que medem tantos indicadores quanto possível e geram relatórios e books de gestão de centenas de páginas. Tudo desperdício, porque ninguém consegue analisar aquilo para tomar uma decisão na hora necessário. Os números devem ser os mais simples e diretos possíveis para possibilitar ao executivo ou mesmo ao time a tomada de decisões em tempo hábil. Para completar, indicador bom é aquele que reflete a cultura que está sendo aplicada pela empresa no projeto.
Grande abraço
André Nascimento
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