2. Diagnóstico Estratégico

Forças

A principal força da Emprel está no seu quadro de pessoal, que devido à exclusividade de atendimento à Prefeitura do Recife ao longo de vários anos, desenvolvendo e dando manutenção nos sistemas, adquiriu um expertise sobre o funcionamento da Prefeitura e as soluções de TIC por ela usada. Do conjunto dos funcionários, os profissionais mais experientes da área fim não apresentam nenhuma iniciativa para sair da empresa, o que representa uma estabilidade na prestação de serviços da Emprel.

Elaboração e aprovação (em 05/07/2012) de um novo PCRC – Plano de Cargos, Remuneração e Carreira, que passará a vigorar para os novos funcionários contratados e para os atuais funcionários que optarem pela adesão ao novo PCRC. Esse novo PCRC corrigiu um problema grave que era um piso salarial muito baixo em relação ao mercado, o que estava acarretando uma evasão de analistas de sistemas e suporte da empresa. O PCRC também estabelece uma nova sistemática de avaliação de desempenho, alinhando melhor a premiação de funcionários ao alcance das metas da gestão.

O PCCS – Plano de Cargos, Carreira e Salários em vigor foi registrado no TRT – Tribunal Regional do Trabalho, evitando assim possíveis ações trabalhistas de equiparação de salários.

A Emprel implantou no primeiro semestre de 2012 também o Programa de Incentivo à Produtividade. Este programa estabelece metas trimestrais e provê o acompanhamento e a avaliação da execução das metas, culminando com a bonificação de valores em reais que são pagos no trimestre seguinte aos funcionários. Todas as ações são documentadas num sistema desenvolvido exclusivamente para esse fim e a avaliação é realizada não apenas pelos diretores e gerentes da Emprel, mas também pelos clientes. Este instrumento se configurou como um excelente instrumento gerencial, com reflexos na produtividade da empresa, estabelecendo uma sistemática de medição e avaliação permanente do trabalho executado, além de fator motivador para o quadro de pessoal.

A renovação do mobiliário dos profissionais da área finalista da empresa contribuiu também para a melhoria da qualidade de vida, trazendo mais conforto e saúde para os trabalhadores, além de contribuir para o aumento da produtividade.

Fraquezas

Ambiente operacional complexo, com várias plataformas operacionais (mainframe, intranet internet, redes locais, etc), várias linguagens de programação, vários bancos de dados e com vários sistemas interligados, muitas vezes utilizando tecnologias diferentes. Esta situação implica em uma dificuldade e um elevado custo técnico, como também de manutenção de um quadro de pessoal permanentemente capacitado em cada uma das tecnologias utilizadas, além da dificuldade de remanejamento de equipes entre os vários projetos. Por vezes, encontramos, por um lado, equipes sobrecarregadas em um projeto, e por outro lado, pessoal disponível, mas que não pode ser remanejado por não dominar as tecnologias utilizadas naquele projeto. Outra dificuldade decorrente da complexidade operacional é a dificuldade técnica de implementação das interligações entre sistemas.

Nos últimos anos, o orçamento da Emprel vem sendo reduzido, em termos reais, gerando várias dificuldades de manutenção do órgão, da TIC municipal e carência de investimentos. Tal situação foi revertida no final de 2011 e no ano de 2012, onde houve o aporte de recursos para investimentos na renovação do parque tecnológico e do mobiliário da Emprel.

Em função da redução orçamentária ao longo de vários anos, os pisos salariais das várias categorias ficaram defasados, ocasionando a perda dos profissionais contratados mais recentemente, além de ter dificultado a absorção de novos talentos. Além disso, aconteceram vários movimentos grevistas nos últimos anos. Vale ressaltar, no entanto, que esse quadro mudou neste ano de 2011/2012, com a elaboração de um novo PCRC – Plano de Cargos, Remuneração e Carreira, que elevou os pisos salariais e possibilitou o reenquadramento dos profissionais das faixas iniciais das várias categorias. Apesar dessa iniciativa, o quadro só irá se estabilizar lentamente, com a contratação de novos funcionários, a manutenção dos níveis salariais compatíveis com o mercado, investimento em capacitação e boas condições de trabalho.

O Sistema de TIC da Prefeitura não dispõe de uma instância regular de negociação e estabelecimento de prioridades de atendimento às demandas entre os órgãos da Prefeitura, ocasionando disputas acirradas entre os órgãos e a Emprel pelos recursos da Empresa, além de um sentimento de que eles não estariam sendo bem atendidos: os órgãos que financiam a TIC municipal demonstram que esperavam mais serviços, pelo volume de recursos repassado, enquanto os que não contribuem diretamente com recursos financeiros algum adotam uma conduta de ação que revela a estratégia do “quanto mais reclamar mais chances de atendimento”. Essa situação leva a um desgaste nas relações e a busca de soluções diretamente no mercado, no entanto, sem maiores preocupações de médio e longo prazos. Logo, questões como padronização do ambiente tecnológico são constantemente desrespeitadas, aumentando a complexidade do ambiente operacional.

A Emprel não tem expertise em captação de recursos, nem em marketing, o que tem criado dependência dos recursos do tesouro e um desgaste da sua imagem institucional.

Ameaças

A Emprel não dispõe de sede própria. Atualmente, a sede fica localizada num prédio da CHESF, no bairro de Torrões, que cedeu o espaço através de um contrato em comodato por 10 anos, mas que já teve esse prazo expirado, e, portanto, é uma questão a ser resolvida o quanto antes. Esta questão ganha relevância devido à dificuldade na logística da mudança da empresa, que utiliza mainframe (máquina sensível e que exige empresa especializada para lidar com deslocamentos e exige condições especiais no ambiente onde será instalada no novo prédio) e cuja rede de fibra ótica que interliga os vários órgãos da Prefeitura se concentra na Emprel (ou seja, dependendo do local da nova sede, poderá ser necessária a realização de complementações ou ajustes na malha de fibra ótica da RUAV).

O mercado fornecedor de TIC (da região e de fora) vem pressionando, há vários anos, o poder municipal para prestar serviços para a Prefeitura, numa demonstração clara de que deseja parte do mercado ocupado pela Emprel.

Grandes multinacionais estão mais agressivas no mercado, oferecendo soluções baseadas nas nuvens computacionais, cobrando valores por usuário. Usuário esse que poderá utilizar as soluções não locais, ou seja, os softwares e sistemas aplicativos rodam diretamente da nuvem, eliminando a necessidade de instalação dos mesmos nas máquinas locais. A consequência disso, é uma maior dependência das instituições para com os fornecedores, maior vulnerabilidade quando à segurança da informação, especialmente no que tange às informações sensíveis. Sem falar, que vários desses serviços utilizam infraestrutura fora do país. Pelo momento atual, os valores são bem atrativos. Porém, isto pode se configurar numa estratégia para dominar o mercado e, posteriormente, se praticar livremente os aumentos desejados, pela dificuldade de retomada dos serviços pela própria gestão.

Oportunidades

Validar e aproveitar o estudo realizado pela Emprel, em parceria com uma consultoria externa, de elaboração de um PDI – Plano Diretor de Informática em 2008 (mas que ainda se encontra atual), que realizou um amplo levantamento de dados, produziu um diagnóstico e encaminhou propostas de ações referentes à Organização e Funcionamento, Logística, Gestão de Pessoas por Competência, Arquitetura de Redes, Arquitetura de Hardware, Arquitetura de Softwares, Arquitetura de Sistemas e Dados e Arquitetura de Macroprocessos Organizacionais.

Contratação de pessoal, em função da realização de concurso público no primeiro semestre de 2012, podendo a Emprel suprir as suas necessidades de profissionais qualificados.

Parceria entre as empresas e entidades públicas da região, permitindo que haja trocas tecnológicas e de serviços para suprir eventuais carências da Emprel. Entre as parcerias, destaca-se a possibilidade de construção de uma nuvem computacional intergovernamental.

Possibilidade da Emprel contar com a força de trabalho dos profissionais do software livre, bem como de soluções livres já consolidadas, agilizando assim o atendimento às demandas dos clientes, ao mesmo tempo que estaria estimulando o desenvolvimento das pequenas empresas e aumento de renda para profissionais do setor.

A Emprel pode prestar serviços para outros clientes, além da Prefeitura do Recife, se capitalizando para reduzir a sua dependência de recursos do tesouro, além de se equipar para um melhor atendimento à própria Prefeitura.

Como a Emprel/Prefeitura precisará resolver a situação do seu local físico, em função do fim do contrato de comodato com a Chesf, e ainda, como a Prefeitura vem negociando a desapropriação do terreno para cedê-lo para a construção e instalação de um instituto federal de ensino, a Emprel poderia se mudar para um local próximo à Prefeitura (de preferência, construindo no terreno ao lado da Prefeitura – existe um estudo dessa possibilidade, elaborado pelo Instituto Pelópidas da Silveira) e dentro do Porto Digital, ajudando a fortalecê-lo ainda mais e atendendo assim a um anseio do setor de TIC da cidade. Esta poderia ser a oportunidade da Emprel adquirir a sua sede própria e não precisar arcar com uma despesa alta de aluguel de imóvel. Outra vantagem de tal medida, seria a redução do tempo e uma melhoria no atendimento à Prefeitura, com redução do tempo dos deslocamentos dos técnicos.